View source for Interactive Stories/Rashia/Rashia pergunta pela filha do padeiro/Rashia Atende o Chamado

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Apesar de sua intuição lhe dizer para correr, alguma coisa no tom de voz daquele homem fez com que ela se acalmasse. Havia, sim, uma certa contrariedade. Mas não parecia haver maldade, ou mesmo antipatia naquela voz dura. 

Ela parou e se virou. Hesitante, começou a dar alguns passos de volta em direção à padaria.

-Qual o seu nome, menina?

-Rashia.

-Minha filha disse que você viria buscar uma encomenda. 

Rashia ficou confusa. Ela não sabia de encomenda nenhuma. 

O padeiro parecia ainda mais assustador de perto. Parecia mesmo um gigante.

-Por que você não falou nada? Eu não tenho mais clientes hoje, estou esperando apenas você vir buscar essa encomenda, e você fica aí enrolando. 

A menina não sabia o que dizer. Começou a balbuciar:

-Eu não...

Mas o homem enorme não quis saber o que ela ia dizer. Entrou na padaria, fechando a porta atrás de si.

Na dúvida, ela resolveu esperar. Não se arriscaria a entrar, mas também não parecia ainda haver motivo para fugir.

Quase um minuto depois o padeiro voltou para fora. Trazia um pacote.

-Aí está. 

-Moço, eu não tenho como pagar.

-Do que é que você está falando, menina? Minha filha disse que você já pagou ontem.

Como a menina ficou parada, sem ação, o grandalhão empurrou o pacote para mais perto dela, dizendo: 

-Pegue isso logo! Não tenho tempo para ficar aqui esperando!

Agora, sim, ela sentiu alguma irritação na voz dele.

Rashia tomou o pacote das mãos gigantes do homem. Ainda não conseguia entender bem o que estava acontecendo.

-Obrigada, moço.

O homem apenas resmungou alguma coisa e entrou de volta na padaria. 

Rashia continuou ali, sem saber o que fazer. O pacote exalava um cheiro maravilhoso de pão recém tirado do forno. Ela teve que usar sua manta, pois o pão estava ainda tão quente que começava a queimar suas mãos. 

Lá dentro, o homem estava cuidando do encerramento do expediente. 

Rashia olhou em volta, ainda desconfiada. Não havia mais ninguém na rua. A noite chegaria rápido, e a chuva fininha dava sinais de que voltaria para ficar.

A menina voltou ao seu abrigo. Ao chegar lá, já faltava quase metade do pão.


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