Interactive Stories/Rashia/Rashia fica em silêncio/Rashia baixa a cabeça/Rashia corre para seu abrigo

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Rashia aproximou-se lentamente da padaria.

O cheiro de pão recém saído do forno atiçou seu estômago, que começou a protestar.

Em uma das casas vizinhas duas pessoas conversavam em tom monótono. Ela teria que ficar atenta caso alguém saísse. Nem todos os moradores daquele lugar aceitavam a presença dela, ou de outros como ela.

Ela chegou a poucos passos de distância do pacote que o grandalhão tinha deixado na calçada, em cima de um bloco.

Seria aquilo destinado a ela?

Se não era para ela, para quem mais seria?

Talvez ele não tivesse ido embora e estivesse por perto, observando. Se ela pegasse o pacote, poderiam acusá-la de roubo.

Ela não achava que o padeiro fosse particularmente mau. Porém, ela não achava possível saber realmente se passa na cabeça - ou no coração - das pessoas.

O medo falou mais alto que a fome.

Rashia começou a correr, indo de volta ao seu abrigo.

Quando se viu em segurança, começou a pensar se teria feito a coisa certa.

O padeiro estaria realmente querendo achar um jeito de incriminá-la?

A moça, filha dele, estaria mesmo doente? Será que ela não teria ficado em casa aquele dia por ordem do pai?

Será que ele sabia do acordo que havia entre as duas? Será que ele resolveu pôr um fim naquilo? Se ela tivesse pegado o pacote, no qual certamente havia um delicioso pão quente, será que dali a pouco o padeiro não apareceria ali no abrigo dela, acompanhado da polícia, que a levaria sabe-se lá para onde?

O estômago da menina protestava, tentando vencer a batalha. Mas Rashia pensava nas consequências. A moça, filha do padeiro, a tratava com bondade. Portanto, Rashia não queria fazer nada que pudesse causar problemas a ela. Se o padeiro desconfiava de alguma coisa, seria melhor não lhe dar nenhuma prova de que ela costumava vir ali em busca de alimento.

A chuva voltou, desta vez bem fina e leve. Rashia se acomodou o melhor que podia para passar a noite. Mais uma noite sem ter o que comer.

FIM